Quem Somos
Quem somos sou
Colocar meu rosto aí pode soar um pouco egocêntrico ou vaidoso, porém hoje eu entendo que é importante a gente saber quem está por trás das marcas. Antes da pessoa jurídica, vem a pessoa física e a soma dos dois é como um reflexo no espelho. O produto é muito mais do que aquilo que entra na nossa casa e a empresa deve refletir a ética e os valores de quem a criou.
Venho de uma família muito simples que mistura brasileiros nordestinos do Alagoas e descendentes de portugueses e italianos. Caso acredite em destino, meu avô por parte de pai, aos 13 anos veio sozinho da sua terra natal para São Paulo numa viagem de cinco dias dentro do caminhão chamado na época de "pau de arara". O que só foi possível depois de juntar seu dinheiro a custa de muito trabalho numa plantação de algodão. Minha avó por parte de mãe era uma costureira de mão cheia. Frequentava desfiles e enquanto assistia, desenhava só de olhar. Fazia suas roupas e a das filhas, que todo mundo elogiava. Por coinciência (ou não), hoje estou no mesmo universo em que eles trabalharam no passado.
Meus pais são as pessoas mais íntegras e corretas que eu conheço e irei conhecer na vida e dessa forma eu sigo. Com um coração enorme, os dois sempre se esforçaram muito para dar o melhor aos filhos, eu e minha irmã, sem passar ninguém para trás e, além disso, nunca mediram esforços para ajudar quem precisasse.
Formado em Rádio e Tv e com passagem em grandes emissoras, não tive sucesso em formar uma carreira. Eu trabalhava num cargo que não gostava e estava ali pela falta de oportunidade de fazer o que queria, assim como milhares de pessoas.
Quem consegue trabalhar com o que gosta, tem boa remuneração e qualidade de vida, tem que dar graças a Deus todos os dias por esse privilégio.
Depois de mais uma história de desemprego pela pandemia, tentei recolocação em outro cargo, mas esbarrei na falta de experiência na função. Contra isso nem o diploma resolveu.
O mais óbvio era conseguir outro emprego, mas eu olhava as descrições das vagas e nada me fazia brilhar os olhos. Eu me candidatava pela necessidade de trabalhar, mas no fundo não queria mesmo estar ali e apenas desempenhar uma função sem um propósito no qual eu realmente acreditasse. Apesar disso, eu tentei. Mandei diversos currículos, fiz algumas entrevistas e nada dava certo.
Nesse meio tempo comecei a pesquisar sobre empreendedorismo e me dei conta de que somos muito condicionados desde a infância a estudar, entrar na escola, faculdade e numa grande empresa para fazer uma carreira e ter um emprego estável. Não há nada de mal nisso, mas nem sempre dá certo e essa não é a realidade da maioria das pessoas.
E se a grande empresa que você sonha trabalhar fosse a sua? Somos pouco incentivados a ter um negócio próprio. A cada e-mail recebido dizendo: "optamos por seguir com outro candidato", crescia a certeza de que entrar em outra empresa não era mais o meu caminho. Eu agradecia a oportunidade, mas fui alimentando o pensamento de trabalhar por conta e empreender.
Claro que não é tão simples assim, tive alguns privilégios como: tempo para pensar o que fazer e recurso financeiro guardado durante alguns anos. Depois de analisar possibilidades, optei por resgatar um desejo antigo de fazer roupas, unido a uma difícil missão, que é melhorar o mundo. Pelo menos ao meu redor.
Sustentabilidade
A sustentabilidade é um tema urgente, não só no que diz respeito ao meio ambiente, mas também ao aspecto social e econômico. Mais importante do que as empresas adotarem algumas práticas, é terem a sustentabilidade como base principal. Existe uma inviabilidade para muitas delas mudarem todos seus processos e por isso é essencial que as novas empresas já nasçam com essa obrigação de serem sustentáveis.
A indústria da moda está entre as mais poluentes do mundo e é também celeiro de inúmeras práticas abusivas, condições precárias e trabalho análogo à escravidão.
Não é suficiente que a empresa fabrique apenas produtos sustentáveis se seus funcionários tem carga horária excessiva, recebem pouco ou não tem condições dignas de trabalho.
O que é ESG?
A sigla para “Environmental, Social and Governance” (Ambiental, Social e Governança), hoje tem enorme importância no mercado justamente por se referir à exigências de boas práticas de sustentabilidade nessas três áreas.
É fundamental que a empresa não prejudique o meio ambiente, respeite os direitos trabalhistas, apoie a inclusão de minorias e cause impacto positivo para a sociedade e comunidade na qual está inserida.
Consumo consciente?
É importante que as pessoas tomem conhecimento sobre escolhas mais corretas na hora da compra, mas nem todo mundo tem acesso e tempo para pesquisar e identificar quais as melhores opções. Por isso, o consumidor não é nem de longe o culpado. A educação e a informação podem ser um ponto de partida de uma mudança a longo prazo, mas a principal responsabilidade vem mesmo das empresas e dos governos. São necessárias muitas políticas públicas eficientes e uma mudança sistêmica para se ter um efeito prático relevante. Contudo, consumidores e investidores mais exigentes fazem sim com que as empresas sejam mais responsáveis com a agenda ESG.
Outra questão é que o movimento sustentável se tornou elitista. Os altos preços de matéria prima e a desigualdade social não permitem que a maioria das pessoas se deem ao luxo de comprar um produto orgânico ou sustentável. A realidade é que se consome apenas o que se tem condição para pagar, e sob essa óptica, o barato de qualidade inferior e pouca durabilidade, produzido em larga escala, é o que de fato atende à população.
Também não adianta ter consciência, comprar apenas produtos sustentáveis, e comprar muito mais do que o necessário. A pegada do consumo é a grande vilã da sustentabilidade.
DEVAG ar
Já reparou como o mundo anda acelerado? Vivemos na cultura da velocidade. A tecnologia cresce exponencialmente, equipamentos ficam ultrapassados muito rápido, tudo é urgente, pra ontem. É claro que a velocidade traz muitos progressos necessários, mas qual o custo disso tudo?
No mundo inteiro vemos que o aumento da produtividade e o acumulo de funções tem deixado milhares de pessoas ansiosas, depressivas, com síndrome de burnout e do pensamento acelerado. Tudo em troca de metas, resultados, lucro, lucro e lucro. Pra quê tanto? Pra quem? É muita competição para pouca cooperação.
Enquanto uma parte da sociedade se beneficia com alguns avanços, mais da metade da população mundial ainda não tem saneamento básico.
Muitos estudiosos acreditam que é pouco provável sairmos desse curso, mas será que não tem algo que possa ser feito para, ao menos, minimizar os efeitos colaterais?
A Devag é mais uma empresa que entra para o movimento Slow Fashion, que está dentro de outro maior chamado Slow Living. Esse engloba todas as áreas e prega uma consciência sócio ambiental e um estilo de vida com mais saúde e menos consumo.
Direção
Melhorar o mundo não deixa de ser uma utopia devido à complexidade e infinidade de ações necessárias para tal, mas a gente consegue, passo a passo, ir mudando o nosso entorno e ao menos caminhar na direção correta da evolução humana.
Em meio a essa loucura toda, não podemos deixar que a nossa vida se guie pelo piloto automático e diminuir o ritmo, parar e refletir sobre o por que fazemos o que fazemos, é importante para contribuir com a criação de uma sociedade mais justa e pacífica.
Thiago Perrucci
Matérias:
- Pessoas insatisfeitas no trabalho;
- Empregos gerados por pequenas empresas;
- Desabamento em Bangladesh.
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