O que é Slow Living?

 

Pode-se dizer que o movimento Slow Living teve início na Itália em 1986, quando o primeiro McDonald's foi aberto na cidade de Roma. 

 Os artistas e intelectuais da época organizaram uma série de protestos por causa do barulho, do mau cheiro e por "americanizar" com o hamburguer a tradicional culinária italiana. 

O resultado dessa história é um pouco óbvio, o restaurante está lá até hoje, porém teve como consequência um desdobramento muito interessante. 

Em 1989 o ativista político Carlo Petrini fundou o movimento Slow Food, ou "comida lenta", que basicamente prioriza alimentos naturais e preparados de forma tradicional.

E foi a partir desse movimento que a ideia se expandiu para a moda com o "slow fashion" e diversos outros setores como viagens, fitness, design, educação, etc.

Tá, mas o que é essa tal de "vida lenta"?

Não tem nada a ver com voltar pra era pré-moderna e se enfiar no meio do mato sem wi-fi ou aparelhos eletrônicos. Apesar de que é ótimo fazer isso de vez em quando e a diminuição do uso das telas também fazer parte desse estilo de vida. Também não relação com, literalmente, fazer as coisas devagar.

Esse conceito de "slow", que na tradução pode ser lento ou devagar, nada mais é que do que estabelecer um controle maior sobre o nosso próprio o tempo e dar um ritmo adequado às nossas atividades. As vezes é mesmo preciso acelerar e ter diversas tarefas a fazer, mas é preciso saber administrar tudo de uma forma que sobre um tempo para desacelerar e assim preservar a saúde mental.

Também se trata de tomar decisões que beneficiam a saúde das pessoas e do planeta. Por exemplo:

Consumir produtos sustentáveis 

Ao optar por produtos sustentáveis você está levando em consideração que existe um cuidado da empresa para que o meio ambiente seja preservado e para que as pessoas em toda a cadeia de produção tenha condições dignas de trabalho. Muitas industrias se utilizam de trabalho escravo e de produtos químicos nocivos, então é legal a gente procurar saber quem está por trás das empresas e dos produtos que a gente consome e entender melhor os processos ajuda a tomar melhores decisões de compras.

Consumir menos

Não adianta comprar uma série de produtos sustentáveis, justamente porque o consumismo desenfreado é um dos grandes vilões da sustentabilidade. Diminuir as compras desnecessárias ainda faz sobrar mais dinheiro para viver experiências mais ricas em significado. É claro que tem de ser levado em consideração o aspecto sócio-econômico de cada um. Sabemos que a realidade da grande maioria dos brasileiros não permite nem mesmo pensar nisso porque sobrevivem apenas com o básico.

Diminuir o uso das redes sociais

As redes são projetadas para viciar os usuários para que ele permaneça o maior número de tempo possível dentro da plataforma e se um dos pontos cruciais do Slow Living é administrar melhor o tempo, aqui é um lugar onde ele pode ser melhor aproveitado.

Não podemos ignorar o benefício da tecnologia em aumentar o acesso à informação, diminuir as distâncias, criar novas formas de relacionamento, etc, mas o uso excessivo pode ser bastante prejudicial e dar um passo atrás é um cuidado muito necessário nos dias de hoje.

Países como Holanda, França, Inglaterra e China, entenderam que o celular dentro da sala de aula mais atrapalha que ajuda e restringiram seu uso nas escolas.

Já foi comprovado que fixar o olho na tela antes de dormir dificulta a pegar no sono e uma noite mal dormida, além de prejudicar o rendimento da pessoa no dia-a-dia, pode se tornar crônica e aumentar os riscos de ter AVC, hipertensão, diabetes ou depressão. 

Dizer não pra alguns compromissos

A palavra "não", as vezes é bastante difícil de dizer, mas ela também é parte essencial no processo. Ao se recusar a fazer certas coisas você está priorizando o que de fato é mais importante em determinado momento. E o fato de estar com tempo livre, não significa necessariamente que você está disponível. As vezes queremos reservar um tempo para, literalmente, não fazer nada e de repente surge um convite, a gente sente aquela pressão social e acaba indo. Recusar educadamente e ficar de boa é bastante saudável. Não precisamos cair no mito da necessidade de produzir o tempo todo.

Consumir de produtores locais

Como vimos lá em cima, esse contraponto com o fast food é necessário e os alimentos dos pequenos produtores locais trazem essa proposta de serem frescos e saudáveis, de abandonar um pouco o "fast" e optar por comida bem preparada, apreciar os cheiros e os sabores que só os alimentos naturais tem. Sobretudo esse consumo faz uma grande diferença para a economia do bairro e para agricultura familiar.

__

A ideia central é que a gente consiga refletir sobre como e por que a gente faz as coisas. É importante que a gente crie essa conciência e comece aos poucos a intruduzir algumas mudanças a medida em que forem surgindo as oportunidades e também criar condição para as pessoas poderem fazer o mesmo.


Comentários

Postagens mais visitadas